Conexión Jaguar

Conexão Jaguar consegue novos registros de espécies ameaçadas em seu primeiro projeto internacional no Peru

Foram 9 mamíferos e 8 aves, dos quais três deles são espécies classificadas como Ameaça Vulnerável segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

A descoberta das espécies aconteceu no primeiro projeto internacional de Conexão Jaguar (programa da ISA e seus aliados técnicos South Pole e Panthera), desenvolvido em San Martín, Peru. É o projeto REDD+, Concessão para a Conservação Alto Huayabamba (CCAH), iniciativa da Associação Amazônicos pela Amazônia (AMPA), que protege em torno de 144.000 hectares e beneficia as famílias da região.

Panthera instalou 45 armadilhas fotográficas nas florestas da CCAH, que conseguiram registrar 17 espécies: 9 mamíferos e 8 aves, três delas com categoria de Ameaça Vulnerável (VU), segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). É o caso do gato-do-mato-do-sul (Leopardus tigrinus), o pudu-andino (Pudu mephistophiles), e o quati-andino (Nasuella olivacea), espécies de enorme importância para o ecossistema, pois não tinham sido registradas nesta região, e são pouco conhecidas e estudadas. Adicionalmente, foi registrado o puma (Puma concolor), o depredador ou regulador mais importante neste ecossistema e um indicador da boa saúde das florestas.

“A descoberta destas espécies é muito significativa pelo papel que têm dentro do ecossistema. Por exemplo, o quati andino vasculha entre a folhagem para buscar seu alimento e isso ajuda na oxigenação do solo. Por outro lado, o pudu consome plântulas, ajudando a manter uma população adequada de árvores; e o gato-do-mato-do-sul controla as populações de pequenos mamíferos e aves, conservando o equilíbrio ecológico na floresta”, indicou Jenny Gallo, pesquisadora de Panthera e líder de Conexão Jaguar no Peru.

A instalação das armadilhas fotográficas contou com o apoio da comunidade, permitindo capacitar as pessoas locais no monitoramento e sensibilização da importância da fauna e da pesquisa. Durante este processo, foram registradas marcas de outras três espécies de mamíferos: o urso-de-óculos (Tremarctos ornatus), o puma (Puma concolor) e o gato-do-mato-do-sul (Leopardus tigrinus). Também foi evidenciada a presença do barrigudo-andino (Lagothrix flavicauda), uma das três espécies de primatas endêmicos do Peru, que está em estado crítico de extinção.

Durante o percurso de entrada na região também foi possível identificar o condor andino (Vultur gryphus). Esta ave, conhecida por seu grande tamanho, está em situação vulnerável, segundo a UICN e em risco de extinção, de acordo com o Governo do Peru.

Estes registros não apenas demonstram a presença da fauna na Concessão para a Conservação do Alto Huayabamba (CCAH), e sua biodiversidade, mas também contribuem para a sensibilização das comunidades locais sobre a importância da conservação.

Os resultados das descobertas e a informação coletada foram socializados com os residentes da área do projeto, através de diversas oficinas desenvolvidas por pesquisadores de Panthera, onde participaram mais de 40 pessoas.

Graças a este projeto, liderado pelo AMPA e com apoio de Conexão Jaguar, serão realizadas ações encaminhadas à redução do desmatamento e degradação do bosque para a conservação das espécies registradas nas câmeras e sua biodiversidade associada.

Os projetos que apoia Conexão Jaguar poderão emitir créditos de carbono certificados.

Cada ano, Conexão Jaguar abre uma convocatória para que projetos florestais participem e façam parte do Programa. As iniciativas selecionadas na Colômbia, Peru, Brasil e Chile poderão emitir créditos de carbono certificados com os mais altos padrões internacionais: Padrão Verificado de Carbono (VCS), Padrão de Clima, Comunidades e Biodiversidade (CCBS) e Gold Standard (GS). A renda gerada pela comercialização dos créditos será investida em apoiar novos projetos e em ações de conservação nas zonas onde atualmente são desenvolvidas as iniciativas selecionadas.

Memorando de entendimento

Realizar atividades de reflorestamento ou proteção de bosques

Áreas mínimas desejáveis