Graças ao compromisso da comunidade e o Programa Conexão Jaguar do Grupo ISA, a Colômbia vislumbra um futuro positivo para o desenvolvimento sustentável. Foi o que demonstrou a avaliação da segunda etapa da amostra das armadilhas fotográficas instaladas por pesquisadores de Panthera, aliado técnico do Programa, em Cimitarra, Santander; e na visita de instalação de armadilhas fotográficas realizada em Tierralta, Córdoba, onde foram evidenciadas grandes descobertas para o equilíbrio ecossistêmico.
Dentro das atividades do Programa Conexão Jaguar e os projetos vinculados até agora, foi registrada a presença de espécies menores como a paca, gambá, cutia, tatu-bola e o cairara, mas o que surpreendeu a equipe de estudo e monitoramento foi a presença do macaco-do-novo-mundo e do mutum-de-bico-azul.
A presença destas espécies em território colombiano é o indicador mais representativo do apoio que oferece o Programa para a conservação do bosque nas regiões mais estratégicas, desde as quais há uma maior contribuição para a conectividade dos bosques e a sobrevivência destas espécies. Segundo informação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), estas espécies, que habitam na Colômbia e não estão em nenhum outro lugar do mundo, estão em risco crítico de extinção.
No caso do mutum-de-bico-azul, acreditava-se que era uma ave extinta na região estudada, cujo último avistamento foi em Cimitarra, Santander no dia 25 de abril de 2004, pela Rede Nacional de Observadores de Aves (RNOA). Por sua parte, a população do macaco-do-novo-mundo está sendo afetada em seu hábitat pela expansão da fronteira agrícola e pecuária. No entanto, algumas áreas naturais protegidas, como o Parque Nacional Natural (PNN) Paramillo incluem populações muito importantes para a conservação desta espécie.
Justamente, uma das estratégias do Programa Conexão Jaguar, está focada em aumentar a cobertura vegetal e, por sua vez, conectar as regiões de bosques que estão na área do projeto, favorecendo o deslocamento e assentamento da fauna, incluindo o macaco-do-novo-mundo e o mutum-de-bico-azul. Igualmente, o Programa trabalha para a conservação da biodiversidade, que é de grande importância para a evolução e manutenção dos sistemas necessários para a vida do planeta. O compromisso da comunidade, assim como a abertura dos donos das fazendas, para participar e se incorporar ao Programa Conexão Jaguar, como é o caso da Companhia Colombiana de Cacau (gerenciada por Agrow), são fatores fundamentais não apenas para a conectividade dos bosques, mas também para contribuir para a mitigação da mudança climática e a conservação da biodiversidade.
“O Programa Conexão Jaguar é o legado que a ISA quer deixar para as futuras gerações. Por isso, é importante somar esforços para gerar consciência nos colombianos, da necessidade de conservar o hábitat do jaguar, pois sua presença garante a subsistência de outras espécies, assim como demonstra a conectividade dos ecossistemas e é isso que buscamos, um desenvolvimento sustentável que garanta o equilíbrio ecossistêmico. Mais bosques, mais fauna e melhor água para a sociedade”, afirmou o Presidente da ISA, Bernardo Vargas Gibsone.
A expectativa é que com a participação ativa da comunidade e dos aliados estratégicos, South Pole e Panthera, seja possível um equilíbrio entre as atividades agropecuárias e a conservação da biodiversidade, e que desde as ações que realiza o Programa Conexão Jaguar da ISA, continue impactando de forma positiva a qualidade dos ecossistemas, o qual sem dúvida contribui para o crescimento sustentável do país. O mutum-de-bico-azul, tanto macho como fêmea, possuem uma crista de penas onduladas que, segundo as crenças ancestrais, ficou assim depois de roubar o fogo do jaguar para apresentá-lo à humanidade. Segundo a história, os mutuns levavam um tronco aceso nas costas e as chamas queimaram suas penas na crista, que ficaram para sempre onduladas.
O mutum-de-bico-azul habita em ecossistemas de até 1.200 msnm no bosque húmido, é criado na estação seca e faz seu ninho entre dezembro e março. Pode chegar a 93 cm de altura em tem hábitos terrestres. o macho é preto e na parte inferior do rabo é branco. A fêmea também é preta, e tem umas linhas mais claras na parte inferior do rabo, de cor avermelhada. Alimenta-se de frutos, sementes germinadas, pequenos animais invertebrados e caranguejos.
Macaco-do-novo-mundo: este primata está apenas nos departamentos de Atlántico, Bolívar, Sucre e Córdoba. Vivem nas florestas primárias e secundárias, em grupos familiares entre dois e nove indivíduos. Este mamífero pesa em torno de 400 gramas e mede entre 20 e 25 centímetros; está caracterizado por sua crista de pelo branco, que vai de sua testa até a nuca. Esta espécie está em risco de extinção e sua população em vida silvestre está calculada em apenas 6.000 indivíduos. Antes de 1974, a espécie foi explorada e exportada por seu uso na pesquisa biomédica e o tráfico de pets.